Ric Elias: As 3 coisas que descobri quando meu avião caiu
Todos devem ser lembrar do acidente aéreo que aconteceu em 2009, com o voo 1549 da US Airways que ia de Nova York para Charlotte, na Carolina do Norte, quando, cinco minutos após a decolagem, as duas turbinas da aeronave foram atingidas por pássaros. O piloto Chesley Sullenberger, então aos 57 anos, conseguiu fazer um espetacular pouso forçado nas águas geladas do Rio Hudson para evitar um acidente catastrófico em uma região densamente povoada. Todas as 155 pessoas a bordo – 150 passageiros, três comissários e dois pilotos – foram salvas. E Sullenberger virou herói nos Estados Unidos.
Todas as vezes que leio sobre acidentes aéreos, a primeira coisa que me vem à cabeça é o que acontece com os pensamentos das pessoas a partir do instante em que elas percebem que há algo errado, até o momento do impacto. O que as pessoas pensam quando se deparam com a morte inevitável, exceto por um milagre como o do voo 1549, naquele instante curto ou eterno enquanto o avião despenca para o chão. Ric Elias, um empresário bem sucedido, CEO e co-fundador da Red Ventures, estava naquele avião e nos conta como foi a experiência e como ela transformou sua vida:
Imaginem uma grande explosão ao subirmos 920 metros. Imaginem um avião cheio de fumaça. Imaginem um motor fazendo clack, clack, clack, clack, clack, clack, clack. Parece assustador. Bom, eu estava em um assento especial naquele dia. Meu assento era o 1D. Eu era o único que podia falar com os comissários de bordo. Então eu logo olhei para eles, e eles disseram, “Está tudo bem. Provavelmente colidimos com um pássaro.” O piloto já tinha virado o avião de volta, e não estávamos muito longe. Podíamos ver Manhattan.Alguns minutos mais tarde, três coisas aconteceram ao mesmo tempo. O piloto alinha o avião com o Rio Hudson. O que não é a rota normal. (Risos) Ele desliga os motores. Agora imaginem estar em um avião sem barulho. E então ele diz 3 palavras – as 3 palavras mais impassíveis que já ouvi. Ele diz, “Preparem-se para o impacto.” Não precisei mais falar com a comissária de bordo. (Risos) Eu podia ver nos olhos dela, era terror. A vida acabou.Agora eu quero compartilhar com vocês 3 coisas que descobri sobre mim naquele dia. Entendi que tudo muda em um instante. Nós temos esta lista de desejos para antes de morrer, temos estas coisas que queremos fazer na vida, e pensei em todas as pessoas que eu queria entrar em contato, todas as cercas que queria ter consertado, todas as experiências que queria ter e que nunca tive. Quando eu pensei sobre isso depois, Eu inventei um ditado, que diz, “ Coleciono vinhos ruins”. Porque se o vinho está a disposição e a pessoa está ali, eu abrirei. Não quero adiar mais nada na vida. E aquela urgência, aquela intenção, realmente mudou a minha vida.A segunda coisa que aprendi naquele dia – e isto foi enquanto evitávamos a Ponte George Washington, o que não foi por muito – eu pensei, nossa, eu tenho um grande arrependimento. Vivi uma boa vida. Em minha própria condição humana e erros. Tentei ficar melhor em tudo que tentei fazer. Mas em minha condição humana, eu também deixo meu ego controlar. E me arrependi de perder tempo com coisas desnecessárias com pessoas que são importantes para mim. E pensei sobre meu relacionamento com minha mulher, com meus amigos, com as pessoas. E depois [do acidente], enquanto refletia sobre isso, Eu decidi eliminar a energia negativa da minha vida. Não é perfeito, mas [minha vida] está bem melhor. Não tenho uma briga com minha mulher há 2 anos. É uma sensação ótima. Já não tento mais estar certo; eu prefiro ser feliz.A terceira coisa que aprendi – e isto é como se fosse seu relógio mental dizendo, “15,14,13”. Você pode ver a água vindo. Eu digo, “ Por favor, explode.” Eu não quero sentir essa coisa partir-se em 20 pedaços como já tinha visto em documentários. E enquanto estávamos caindo, Eu tive uma sensação de, nossa, morrer não é assustador. É como se estivéssemos nos preparando para isso durante nossas vidas. Mas era muito triste. Eu não queria ir; eu amo a minha vida. E aquela tristeza emoldurada em um pensamento, que é, eu só desejo uma coisa. Eu apenas desejo ver os meus filhos crescerem. Um mês depois, fui ver minha filha no teatrinho da escola dela – primeira série, sem muito talento artístico… … ainda. (Risos) E eu gritei, eu chorei, como uma criança pequena. E tudo isto fazia sentido para mim. E entendi naquele momento, que ao ligar esses dois pontos, que a única coisa importante na minha vida é ser um grande pai. Sobretudo, sobretudo, o único objetivo que tenho na vida é ser um bom pai.Foi-me dado um milagre de presente, de não morrer naquele dia. E ganhei um outro presente, que foi ser capaz de olhar no futuro e voltar e viver uma vida diferente. Desafio todos vocês que vão voar hoje, a imaginarem a mesma coisa acontecendo com o seu avião – e por favor, espero que nada aconteça – mas imaginem. Como vocês mudariam? O que fariam que estão esperando para fazer porque acham que vão ficar aqui para sempre? Como mudariam os seus relacionamentos e as suas energias negativas? E mais que tudo, estão sendo os melhores pais possíveis?
Seguindo a proposta de Ric Elias, desafio todos vocês a pensarem um pouco sobre suas vidas. Que rumos ela tem tomado? Como você tem cultivado seus relacionamentos, sejam de amizade, amorosos ou profissionais? Inspire-se e mude sua vida enquanto ela te oferece essa oportunidade. Compartilhe!
*Depoimento retirado de uma palestra de Ric Elias para o TED.
Via osensato